Mulheres excepcionais

sábado, 14 de setembro de 2013

TEDxBelémWomen

Vai tomando forma o programa da conferência TEDxBelémWomen, que estou a organizar  com Maria Manuel Serina. Em breve, partilharemos o programa desta conferência que decorrerá na tarde do dia 5 de Dezembro no Museu da Electricidade. Sob o  tema "Desbravar novos mundos", as oradoras irão partilhar histórias e experiências inspiradoras. 
As conferências TED são organizadas por uma organização sem fins lucrativos cuja missão é a de apresentar "Ideias que vale a pena divulgar". A primeira conferência TED, realizada na Califórnia em 1984, tinha como objectivo reunir pessoas da: Tecnologia, Entretenimento e Design. Mas com o decorrer do tempo, o seu âmbito tornou-se mais abrangente. Seguindo o espírito de divulgar ideias inspiradoras, a organização TED criou o programa TEDx , em que x=evento TED organizado independentemente. Este programa pretende dar às comunidades, organizações e indivíduos a oportunidade de estimular o diálogo e partilhar experiências através de eventos tipo TED a nível local. No final, as palestras dos eventos TEDx serão disponibilizados na internet através de um canal dedicado no YouTube. Vale a pena ficar atento(a). 

sábado, 7 de setembro de 2013

Não há pai


Em Xian, a antiga capital da China onde hordas de turistas se deslocam para ver os guerreiros de terracota, descobri um local pouco conhecido, mas que se revelou uma preciosidade: o museu Banpo. Em 1953 nesta aldeia a leste de Xian, no vale do rio Amarelo, encontraram-se os vestígios de uma comunidade neolítica, que viveu na região entre 4800 e 4300 a.C. Há cerca de 6 mil anos, esta sociedade decorava os seus utensílios domésticos com padrões artísticos geométricos, que revelam o domínio de algumas concepções matemáticas, e cozinhava a vapor. Acredita-se que era um clã matriarcal, embora estudiosos digam que essa teoria resulta do paradigma maoísta de arqueologia.

Uma comunidade matriarcal subsiste na China moderna: o “Reino das Mulheres”, um pequeno território no sudoeste da China, nas margens do lago Lugo, na província Yunnan, onde habita o povo Mosuo, descendente de uma tribo de nómadas tibetanos. Esta sociedade que habita numa região remota próxima da fronteira com o Tibete é considerada como a origem o mito "Shangri La", a terra idílica retratada no utópico romance de James Hilton, Horizonte Perdido. Os antropólogos dizem que como os homens não têm aqui qualquer poder, não têm propriedade e desempenham papéis sexuais subservientes, não têm nada por que lutar. E daqui resulta talvez a mais harmoniosa das sociedades (a harmonia é uma palavra muito querida na cultura chinesa). Na língua dos Mosuo (o povo não tem escrita), não existe sequer a palavra “guerra”.

As mulheres adoptam o apelido da mãe e são as “chefes de família”. São as mulheres que herdam as terras, tomam as decisões importantes e controlam o seu dinheiro. Raramente casam. Têm aquilo que se chama o walking mariage: a mulher convida um homem a visitá-la com um discreto toque na palma da mão. O homem deve chegar de noite e partir antes do sol nascer e qualquer filho que nasça fica com a mãe, sendo educado pelos irmãos da progenitora. Na sua língua desconhece-se uma palavra que designe “pai”. 

Veja a reportagem da National Geograhic:



Ou da ABC:

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Escrito a pincel chinês

A escrita chinesa revela tudo sobre os papéis e o estatuto tradicionalmente atribuído a cada um dos géneros, masculino e feminino:

人 Pessoa 

É uma figura estilizada de uma pessoa vista de lado. 


男人 Homem ou género masculino

É o resultado de dois caracteres 田 (campo) e 力 (poder, força ou arado). Juntos, significam agricultura e depressa passaram a simbolizar “homem” porque nessa altura a agricultura era uma actividade inteiramente masculina. Os homens têm força e trabalham no campo. E as mulheres? 


女人 Mulher ou género feminino

É a estilização da figura de uma mulher na posição tradicional chinesa, sentada, servindo o marido. 

男 aparece muitas vezes ligado a女, como na frase 男耕女织 (nán gēng nǚ zhī, Os homens lavram, as mulheres tecem). Este ditado retratava a forma como os camponeses dividiam o trabalho e hoje refere-se a famílias em que o homem trabalha e a mulher é domestica. 

A partir daqui escreve-se, por exemplo, 婦 (dona de casa) em que a parte de cima é uma “vassoura” e o caracter de baixo o já conhecido “mulher”. O carácter 安 “paz”, é uma combinação de “telhado” 宀 e “mulher” 女: “tudo está em paz se a mulher está em casa”.

Claro que, na China como um pouco por todo o mundo, estes papéis estão a alterar-se. Ainda que tímida e lentamente. 

sábado, 13 de julho de 2013

Menina coragem

Malala Yousafzai, a paquistanesa que foi atacada pelos taliban, discursou nas Nações Unidas para defender o acesso de todas as crianças à educação. “Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A educação é a única solução. Educação primeiro”, afirmou. As balas não silenciaram esta menina de 16 anos que só quer estudar. Veja como Malala falou neste vídeo da TVI. É impressionante a sua força, a sua coragem, a sua segurança... Bravo, Malala!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A diversidade é enriquecedora

A convite da Galp, enquadrada nas "Terças-feiras Temáticas", sessões formativas para os colaboradores da empresa, no dia 16 irei falar sobre a minha visão acerca da "liderança feminina".  A apresentação começa com um slide de Margaret Tatcher e a citação: “Being powerful is like being a lady. If you have to tell people you are, you aren´t.” É o mote para uma  conversa em que irei analisar as razões por que as mulheres, ao longo da história, têm estado afastadas do exercício do poder e, apesar de todos os avanços, nos últimos anos só muito timidamente têm ascendido aos lugares cimeiros do poder económico. 
Como evoluir para uma situação de paridade de género nas nossas empresa é um tema a que ninguém pode ser indiferente, pois não se trata de um assunto de mulheres, mas de todos. Não é só (como se fosse pouco), uma questão de justiça, é também uma questão económica. Uma pesquisa realizada pela Catalyst em 2004 demonstrou que as companhias com um número substancial de mulheres na gestão têm um retorno do investimento 35,1% mais elevado. A diversidade (de género, de nacionalidade, de raça, política, religiosa, etc.) é sinónimo de maior riqueza.

quinta-feira, 7 de março de 2013

A rapariga que exigia ir para a escola

Malala Yousafzai no Paquistão ou Kakenya Ntaiya no Quénia são apenas alguns exemplos. Um pouco por todo o mundo, as mulheres sofrem para poderem ir à escola. Como diz Hillary Clinton, "investir em mulheres e meninas não é apenas a coisa certa a fazer, é a coisa inteligente a ser feita". No entanto, em muitas culturas, os pais não vêem qualquer motivo para dar educação a uma menina, normalmente encarada como um fardo. Os regimes mais opressivos sabem que a formação anda de par com o esclarecimento, é o passaporte para a independência, o caminho para a afirmação individual, e dará às mulheres oportunidades inimagináveis - e por isso evitam-na a todo o custo.
Nesta Ted Talk,  Kakenya Ntaiya conta como, tendo ficado noiva aos 5 anos, conseguiu ir à escola, negociando com o seu pai: só se submeteria ao ritual da excisão feminina se a deixasse prosseguir os estudos. Com optimismo e entusiasmo contagiantes, mostra como uma pessoa pode mudar o mundo para melhor, nem que seja na sua pequena comunidade, onde criou a única escola para meninas na região.